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09 maio, 2013

Uma rota metabólica diferente

Este animal de aparência estranha é a tartaruga chinesa de casco mole. Bem adaptada à vida na água, ela vive em pântanos salgados.
Sua fisionomia faz lembrar o focinho de um porco, colado no rosto de um peixe cuja textura é o da pele escrotal. Mas essa aparência bizarra não é nada em comparação com um detalhe ainda mais bizarro, que foi recentemente descoberto, na Pelodiscus sinensis (o nome científico dela).
Esta tartaruga expele um de seus resíduos através da boca.


Quando metaboliza as proteínas em seu fígado, ela produz uma grande quantidade de nitrogênio que é expulsa do seu corpo em forma de ureia. Os seres humanos também produzem ureia a partir das proteínas, e se livram deste metabólito através da urina.
A tartaruga de casco mole, porém, tem uma rota totalmente diferente para eliminar a ureia. Enquanto submersa, ritmicamente expande e contrai a sua boca. Por que faz isso? Shit Fun Chew (que nome, meu Deus?), da ​​Universidade Nacional de Cingapura, notou que é desse modo que a tartaruga elimina a maior parte da ureia produzida. Utiliza-se de sua respiração branquial, em vez de fazê-lo pelos rins.
Em suma, ela pode respirar e "urinar" usando as mesmas estruturas anatômicas. E esta via oral-respiratória para se livrar da ureia é 15 a 50 vezes mais eficiente do que os seus rins.
Aparentemente, outros excrementos deixam o corpo da tartaruga de casco mole da forma habitual para outras espécies.
No ser humano, rins, pulmões, pele e intestinos são órgãos emunctórios, isto é, órgãos encarregados de excretar os resíduos de seu metabolismo. E rins e pulmões, dividindo a responsabilidade pelo equilíbrio ácido-básico do corpo, talvez estejam mais próximos em suas funções do que à primeira vista parecem. Como há tempos já sacou a tartaruga chinesa.

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