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06 janeiro, 2013

Resoluções, tardias, para 2013

Fernando Gurgel Filho
Minha única resolução para o ano vindouro é aplicar o benefício da dúvida a meu favor: todos são desonestos, aéticos e amorais até prova em contrário.
A prova em contrário será aceita apenas com a conduta ilibada diária e constante.
Não adianta apresentar provas de conduta anterior, certidões negativas e a firme convicção de terceiros.
Quero ver, ouvir e comprovar a conduta diária em prol da amizade sem interesse, da solidariedade sem segundas intenções e da fraternidade por amor.
Não me venham com amizade de circunstâncias, solidariedade para aplacar culpas e fraternidade para faturar.
Quero autenticidade.
Fantasias serão bem vindas, malucos belezas serão necessários e o eterno amor pela fluidez da vida será cultuado em sua plenitude.
Tudo em prol da vida, da felicidade, da segurança de confiar e da confiança na amizade sincera.
Talvez a honestidade do cinismo, da ironia, do desprendimento total e da anarquia ética sejam importantes, mas não necessárias.
A única coisa que importa é se você se importa, ou se você é importante pela sua conduta ilibada e confiança que irradia.
Nada mais importa.
Jogue na fogueira das inutilidades e coisas nefastas
a pessoa de sua confiança, que rouba a merenda da criança faminta,
que mata sonhos na fila do hospital,
que rouba até a última gota do soro do moribundo.Jogue no estrume do lixão
o que faz adoecer e destruir completamente a cidadania
nas filas dos órgãos públicos, do judiciário e do legislativo,
e todos aqueles que agem apenas em causa própria.Vamos acabar de vez
com as morais de conveniência,
religiões do medo,
políticas de comércio,
justiças injustas,
saúde que mata,
segurança que gera mais insegurança,
educação que gera ódio
e relacionamentos pífios de internet na vida real.
A vida não espera para ser vivida e é única.
Tem que dar certo enquanto ainda estamos vivos ou nunca mais.
Então, de resoluções não cumpridas em resoluções verdadeiras vamos fazer um pacto: se não for sincero procure o que fazer de sua vida, não, da minha.
E que o grande dilema da humanidade seja apenas ser feliz amando, sendo amado ou se extasiando com o pôr do sol.
Que o Feliz Natal seja no SEU natalício e que o Ano-Novo comece a cada dia e seja maravilhoso, um marco para toda a eternidade dessa existência efêmera.

N. do E.
Na Estônia, cultiva-se uma pequena tradição: se você, acidentalmente ou não, desejar Feliz Ano-Novo a alguém depois de 7 de janeiro já está a dever uma garrafa de vodca.
Escapou duplamente, Fernando. Não estamos na Estônia e ainda é 6 de janeiro.

Um comentário:

  1. Prezado Dr. Paulo, mesmo escapando da tradição, a Absolut lhe espera quando vier ao Distrito Federal. Pode cobrar. Grande abraço.

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