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31 outubro, 2012

A Queda da Bastilha de Higienópolis

"Tem que fazer o teste do bafômetro no Zé Serra, pois é o segundo poste em que ele se arrebenta." - Laércio

Lula, o construtor de vitórias
por Dario Pignotti, do jornal argentino Página/12 (traduzido por Katarina Peixoto)
Nas eleições municipais de São Paulo vencidas pelo PT, seu líder Luiz Inácio Lula da Silva confirmou ser o único presidente latino-americano que mantem intacta sua influência e a capacidade de conduzir as linhas de um projeto de poder de longo prazo. Basta fazer uma comparação rápida pelo continente para demonstrar a tese. Há três meses, o presidente mexicano Felipe Calderón fracassou em sua tentativa de fazer com que sua agrupação, o direitista Partido Ação nacional, continuasse no poder no próximo mandato. Na Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe viu seu projeto de poder belicista ser arquivado por seu sucessor, Juan Manuel Santos, um direitista envolvido hoje no diálogo de paz com a guerrilha das FARC.
A eleição de Fernando Haddad foi, sem dúvida, um triunfo da perspicácia política do ex-mandatário.
Comunicando-se por momentos com sinais devido a um tumor na laringe, Lula convenceu a cúpula do PT, há um ano, para que o até então pouco conhecido Fernando Haddad fosse o candidato à prefeitura de São Paulo. Estava só. Os médicos tinham diagnosticado seu câncer no dia 28 de outubro de 2011. No dia 30, começou as sessões de quimioterapia e, na mesma semana, chamou seus companheiros para conversar sobre a ideia que vários viam como um capricho: a postulação desse graduado em Direito, Economia e Filosofia, autor de uma tese de doutorado sobre novas leituras de Marx, que nunca havia disputado um cargo majoritário. Finalmente, a direção petista acatou a candidatura do afilhado político de Lula em novembro do ano passado e a oposição ligada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) comemorou antecipadamente o que imaginou seria uma derrota humilhante do PT nas eleições nesta cidade-estado de 11 milhões de habitantes que é São Paulo.
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O que os paulistanos esperam de Haddad
por Paulo Nogueira
Nas urnas, os paulistanos disseram não ao mundo velho, obsoleto, cínico e inepto representado por Serra e os que gravitaram em torno de sua candidatura a prefeito de São Paulo.
Em escala municipal, a cidade tem que enfrentar tenazmente o grande drama do mundo moderno: a iniquidade social que tem feito com que tão poucos desfrutem das coisas boas que o capitalismo pode trazer.
Falo do capitalismo puro, tal como pregado por Adam Smith, no qual a ganância da plutocracia é neutralizada por um conjunto poderoso de princípios morais que pode ser sintetizados numa frase. “O impulso em admirar, e quase venerar, os ricos e os poderosos, e desprezar ou, ao menos, negligenciar os pobres é a maior e mais universal causa da corrupção de nossos valores”, escreveu Smith.
Com Serra e seu foco nos “ricos e poderosos” de que falou Adam Smith, ou no “1%” da campanha do movimento Ocupe Wall St, São Paulo não teria chance de se modernizar socialmente.
Haddad não é uma certeza, evidentemente. Mas é uma esperança que faz sentido. São Paulo pode ser mais rápido que o Brasil como um todo — por sua riqueza, por sua pujança, por seu dinamismo — na construção de uma sociedade harmoniosa, nos moldes do que existe na admirável, exemplar Escandinávia.
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Soninha e a tatuagem do Lula. Anotado!
por Altamiro Borges
Soninha Francine até agora não engoliu o resultado da eleição para a prefeitura paulistana. Como candidata pelo PPS, ela obteve 2,6% dos votos. De imediato, ela se bandeou para a campanha do amigo José Serra. Também não deu certo. O tucano perdeu feio e ruma para a aposentadoria. Magoada, ela fez hoje um desafio ao vitorioso Fernando Haddad. “Anota aí: se 10% das obras do ‘Arco do Futuro’ tiverem começado daqui a quatro anos, eu faço uma tatuagem do Lula com o boné do Corinthians”, disparou no seu twitter.
É bom anotar mesmo! Afinal, Soninha Francine, também apelidada de Sonsinha Francine, é muita errática. Ex-vereadora do PT, que até esposou algumas ideias inovadoras na política, ela hoje se tornou uma reaça de primeira. No seu direitismo, ela desembesta a falar – ou tuitar – besteiras. Na véspera do segundo turno, ela chegou a chamar Haddad de “filho da p...”. Agora, a palmeirense e tucana Soninha afirma que fará uma tatuagem do Lula com o boné do Corinthians. Seria bem divertido! Está anotado.

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