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07 setembro, 2012

Anagramas

Anagrama é palavra ou frase formada pela transposição das letras de outra palavra ou frase. Exemplos, com nomes de pessoas: Alice e Célia; Isabel e Belisa; Manoel e Leonam. Ao anagramatizar-se uma palavra, é possível, muitas vezes, se obter diversos vocábulos. Como na palavra peso, que forma pose e sopé, na palavra alegria, que dá galeria, alergia e Argélia e na palavra amor, que origina ramo, mora, Omar e Roma.
Em nosso idioma, costuma-se apontar o mais belo anagrama como sendo Iracema, o nome da heroína do romance de José de Alencar. Supondo-se que o romancista, ao criá-lo, tenha recorrido à palavra América. No entanto, rascunhos preservados do romance indicam que Alencar, antes de escolher o nome da "virgem dos lábios de mel", andou vacilando entre Iracema e Aracema.
Pelos curiosos resultados obtidos, compor anagrama já foi uma mania no passado. Luís XIII, rei da França, tinha um anagramista oficial. Outra mania foi o logogrifo que, ainda modernamente, tem seus adeptos (V. coluna "Logomania", de Luiz Carlos Bravo, no DN). Relacionado ao anagrama, o logogrifo é uma espécie de charada. O praticante, a partir de uma palavra-chave, cujas letras aparecem misturadas, deve formar o maior número possível de palavras com quatro letras ou mais. Exige-se, ainda, que uma letra - em destaque - conste de todas as palavras formadas, e que a palavra-chave seja decifrada no final.
Quando a palavra ou a frase pode ser lida da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, sempre com o mesmo sentido, aí temos o palíndromo. São exemplos de palindromos: osso; orava o avaro. Sendo com números, o fenômeno recebe o nome de capicua. 13531, por exemplo, é uma capicua. E, no dominó, a pedra que pode finalizar o jogo, de um lado ou de outro, idem (segundo o Aurélio). Na próxima sexta-feira, falarei sobre o palíndromo. Ele é também, no mínimo, um interessante exercício mental.

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