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23 março, 2012

URUGUAI E ARGENTINA. Notas de viagem 1 e 2

por Nelson José Cunha
1
Quando viajo, gosto de provar os sabores locais. Provei um salame no Uruguai e não resisti: comprei dois quilos do "Cattivelli". Guardei a iguaria na mala e fui a Buenos Aires. Na volta, o fiscal uruguaio não queria deixar o salame passar porque a legislação sanitária proíbe a importação desse tipo de alimento. Mostrei a etiqueta do produto que era uruguaio e tinha aprovação do SIF deles. Alegou que a lei não faz menção a esses casos e ponto final. É a "burrocracia" latino-americana em ação.
Agora uma piadinha argentina:
O passageiro vê a linda aeromoça, toda sexy, e pergunta:
- Qual o seu nome?
A aeromoça responde:
- Mercedes, Señor!
O passageiro:
- O sobrenome, por acaso, é Benz?
Com aquele sorriso maravilhoso ela responde:
- Exactamente, Señor!
E o passageiro novamente:
- Lindo nome. Alguma relação com o carro?
E a aeromoça com o mesmo sorriso encantador responde:
- El mismo precio, Señor!!!
2
Alguém disse que a cidade é a praça. Eu penso diferente: A cidade é o mercado. Não deixo de ir ao mercado das cidades que visito. Em Buenos Aires não foi diferente. Pegamos o ônibus 8 na praça do Congresso e partimos rumo à periferia da cidade. É viagem de hora e meia em colectivo feito no Brasil. A passagem custa R$0,80 por subsidio peronista. Vê-se a estratificação da sociedade argentina quando o ônibus foi perdendo os passageiros brancos, à medida que se distanciava do centro. Ao chegarmos ao mercado descemos: este "repórter do EntreMentes", uma espanhola (minha contrariada esposa que não queria ir), dois brancos e os demais índios andinos. No mercado, compra-se tudo por "la mitad del precio" e ouve-se o habitual burburinho que, para meus ouvidos, é música. Fiquei de barba amarela de tantos pêssegos gigantescos que comi. Estava no paraíso! Minha mulher?... Ela dirá.
(março de 2012)

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