Do outro lado estiveram Augusto Nunes, Arnaldo Jabor, Deonísio da Silva, Sérgio Duarte Nogueira, Sardenberg, Merval Pereira, Reinaldo Azevedo, o ínclito José Sarney, algumas funcionárias da VEJA (nenhum tem a ver com a coisa!) e Evanildo Bechara. Também não há nenhum linguista na tropa (nem poderia, também por razões óbvias) e nenhum representante de relevo nem sua área (de relevo análogo ao dos que estiveram do outro lado, quero dizer) - exceto Bechara. Dou-lhes o benefício da dúvida: eles podem não ter lido o livro. Foi só fofoca, conversa de compadre. E talvez alguma causa escusa.
Ferreira Gullar também esteve com eles. Falou de um livro que não existe (mas sem a classe de Borges) e invocou suas aulas de gramática, como sempre. Por esse critério, não se deveria considerar que Poema Sujo é poesia, pois não tem rimas. E o Poema enterrado? O que é aquilo? Segundo uma tese dele, talvez a melhor de todas, pode-se dizer que é uma boa idéia. Mas não é arte. Se, pelo menos, naquele último cubinho estivesse escrito "envelheça"!
As declarações de Cristóvão Buarque sobre a questão mostraram que Lula podia não saber por que demitia o então Ministro da Educação, mas o ministro devia saber muito bem por que estava sendo demitido.
Extraído do artigo Duas experiências e um livro, de Sirio Possenti.
Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Linguística da Unicamp e autor de:
Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua, Os limites do discurso, Questões para analistas de discurso e Língua na Mídia.
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