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01 novembro, 2010

Um vulcão sem o guardião

Entre as vítimas do vulcão indonésio Merapi, em sua erupção de 26/10, está o "avô Marijan", seu "guardião espiritual".
O guardião morreu sob as cinzas do vulcão, após uma vida consagrada a acalmar a "montanha de fogo". O seu corpo foi retirado dos escombros de sua casa, a quatro quilômetros da cratera, no dia seguinte ao da erupção. O telhado e tudo que havia dentro estava coberto por um manto de cinzas.
O ancião de rosto magro estava de cócoras, em uma posição de oração, como se tivesse tentado até o final acalmar a fúria do vulcão. Ele se recusou a abandonar a sua casa. "É melhor ficar aqui e rezar", tinha dito a quem tentou levá-lo para um local seguro antes da erupção.
Marijan era uma figura muito respeitada em Java, ilha da Indonésia dominada pelo misticismo, onde o Merapi é ao mesmo tempo sagrado e temido. Mesclando o islamismo com outras religiões, os javaneses acreditam que esse vulcão, de 2.914 metros, é habitado por espíritos.
Mais de 10 mil pessoas vivem nas imediações do Merapi, apesar dos riscos que correm, e são gratas a ele por tornar a terra fértil para as plantações.

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