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21 abril, 2010

As músicas favoritas de Juscelino

Durante a construção de Brasília, o presidente se relaxava de seus trabalhos com as serestas que promovia no Catetinho, o palácio provisório de madeira de onde ele comandava as obras da futura capital do Brasil. Garante o seresteiro Fernando Lopes que a música favorita do presidente era "Granada". Em segundo lugar, vinha "Peixe Vivo"...
Ocuparia "Peixe Vivo" essa posição de destaque entre as preferências musicais do "Presidente Bossa Nova"?
No fórum "O que Tom Jobim e Vinicius de Moraes têm a ver com Brasília?", em curso no Portal Luís Nassif, um de seus participantes, Marco Fernando, relatou o seguinte:

"Eu nasci a cerca de 200 metros do hoje mítico Clube da Esquina, e conheço Milton Nascimento há mais de quarenta anos. O Bituca sempre teve uma relação de afeto com Diamantina, e eu próprio participei de várias excursões etílico-musicais àquela cidade, em que tomaram parte vários membros ilustres do Clube. Em uma dessas aventuras, ocorrida em fins dos anos 60, o filho mais ilustre da cidade, Juscelino Kubitschek, encontrava-se lá por acaso, e alguns jornalistas sugeriram uma fotografia dos jovens artistas com o Presidente (veja ao lado). Para criar um "clima" durante a sessão de fotos, foi sugerido que Milton cantasse algo dedicado a Juscelino. Gentilmente então, o Bituca perguntou ao Presidente o que ele gostaria de ouvir. Em resposta, Juscelino puxou-o pelo braço e cochichou algo a seu ouvido e, a seguir, cantou-se uma música qualquer, as fotos foram tiradas, e o Presidente foi embora. Não parecia que a música executada fosse conhecida do Presidente, e todos queriam saber do Bituca que diabos ele havia falado a seu ouvido. Em meio a uma generalizada gargalhada, ficou-se sabendo então que ele dissera: 'Por favor, toque qualquer coisa menos o Peixe Vivo. Não sei quem espalhou por aí que gosto dessa música, e eu não agüento mais ouvi-la.' Portanto, as afirmações quanto ao gosto musical do Presidente contidas no texto acima não devem ser levadas a sério."

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A música "Presidente Bossa Nova", do menestrel Juca Chaves, teve problemas com a a censura que foram resolvidas pelo próprio Juscelino. E, a pedido deste, Tom e Vinicius compuseram em homenagem a Brasília a "Sinfonia da Alvorada", mais tarde conhecida como a "Sinfonia de Brasília" (vídeo).



JK visto por NC (post scriptum)
Paulo,
"Conheci Juscelino pessoalmente em 1973. Eu estava esperando embarcar para Belo Horizonte, Aeroporto Santos Dumont, quando vi o ex-presidente sentado no saguão de espera interno. Ele havia tirado os sapatos e esticado as pernas, hábito já repetidas vezes veiculado pela imprensa, como pude testemunhar. Fui até lá, e sem pedir licença, sentei ao seu lado, já puxando assunto. - Presidente, quero lhe dizer que meu pai é seu fã e não me perdoaria se o visse e não trocasse meia dúzias de palavras com o senhor. Ele então, abriu um sorriso e perguntou de onde eu era. Respondi que era residente na Santa Casa e ia para João Monlevade. Ele então, sem esforço de memória, mandou um abraço para o professor Silvio Abreu Fialho e em Monlevade para o dono de um bar, o Germin. Como vê, cassado, censurado, aproveitava qualquer momento para exercitar a simpatia do político bom de voto."
Nelson Cunha (por e-mail)

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