Um belíssimo choro que foi composto por Luiz Gonzaga e Zé Dantas; e que recebeu letra (um presente que quase matou de emoção o nosso Gonzagão) do compositor Gilberto Gil.
No vídeo: uma execução - cinco estrelas - dos sanfoneiros Rodolf Forte e Marcos Farias.
Mas... o que significa esse "Treze de dezembro"?
Não é pouca coisa. Foi o dia em que nasceu Luiz Gonzaga.
P.S.>
Conheci Rodolf Forte a um mês exato. Tocou num evento promovido pela Prefeitura de Caucaia - CE. É cearense, maestro, um grande acordeonista e atualmente exerce o cargo de secretário de cultura de Guaiuba - CE. Falou-me que Marcos Farias (o outro instrumentista do vídeo) é filho do sanfoneiro Abdias e de Marinês, a cantora de "Marinês e sua Gente". E uma busca na internet diz que Marcos Farias é maestro pela Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro e afilhado de Luiz Gonzaga na pia batismal. Afilhado de verdade, portanto.
Paulo,
ResponderExcluirMeu pai, como você sabe, era cearense de Ubajara. Na velha vitrola valvulada lá de casa não faltavam Luiz Gonzaga e Nat King Cole. Aprendi a gostar de ambos, o que não é pouca coisa. Ainda considero o negão o maior cantor de todos os tempos. A minha infância foi vivida entre Belo Horizonte e Ouro Preto, portanto, longe das origens paternas. Durante algum tempo pensei que Luiz Gonzaga fosse meu tio porque o irmão do meu pai tinha o mesmo nome. Eu não sabia que duas pessoas podiam compartilhar o mesmo nome.
Em 1971, ano da nossa formatura, fui de Fortaleza a Campinas participar do Congresso Brasileiro de Oftalmologia.
Ao chegar a Petrolina, vi um tumulto na rodoviária ao redor de um casal de meia idade que tomava o ônibus onde eu estava. O senhor veio se sentar na fila ao lado. Risonho, bonachão, calçado com alpargatas brancas e óculos escuros para esconder um defeito, acho que era um exotropia. O homem era o Rei do Baião.
Pude observar durante o trajeto que a figura era simples e interagia sem estrelismos. Tinha a voz grave, potente, falava alto ao contar casos e nas paradas pedia sempre pastel de carne. Troquei meia dúzia de palavras com ele, generalidades. Arrependo-me hoje de não ter conversado mais. Naquela época eu ainda era um ignorante, hoje sou também um boçal porque as vezes penso que deixei de ser ignorante.
O mundo mudou e vemos hoje artistas com um milésimo do seu valor, viajando de jatinhos e ganhando em um show o que Gonzaga levava anos pra ganhar. Não se canta mais: rapeia-se, requebra-se, engana-se. A música de sucesso é uma lástima. Todo mundo hoje acha que é artista e o pior é que o público acredita.
Artista foi o Gonzagão que a asa branca levou, foi esse gigante aí que acabei de descrever lhe o dedo.
Nelson Cunha
Pelo dedo se conhece o gigante, Nelson. E você mostrou, com sua visão 20/20, que um mito pode ser uma pessoa extremamente simples. Foi essa também a impressão que guardei de Patativa do Assaré ao conhecê-lo numa feira agropecuária no Crato.
ResponderExcluirPaulo