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06 agosto, 2009

Guillotin e seu invento



"A verdade, meu amor, mora num poço
É Pilatos lá na Bíblia quem nos diz
E também faleceu por ter pescoço
O inventor da guilhotina de Paris."

(Noel Rosa e Mário Reis)

Joseph Ignace Guillotin (1738-1814), médico e político francês, que esteve envolvido com a causa da Revolução Francesa, é principalmente lembrado por ter sido o inventor (ou o reinventor) de um instrumento destinado à execução da pena capital, a guilhotina, a qual inclusive recebeu seu nome.
Antes da guilhotina, quando a execução era levada a efeito com a espada ou com o machado, a mão do carrasco nem sempre era firme e certeira. E a vítima acabava sofrendo vários golpes antes de morrer, tendo a sua agonia prolongada. Foi para evitar o prolongamento de tais sofrimentos que o médico Guillotin, em 1789, propôs à Assembléia Nacional que adotasse o seu instrumento.
Entre 1792 e 1799, foram executados na guilhotina cerca de 15 mil condenados (2794 dos quais considerados "inimigos da Revolução"). O primeiro a ser decapitado foi o operário Nicolas Pelletier. Luís XVI, Maria-Antonieta, Danton, Lavoisier e Robespierre foram os seus decapitados mais célebres. Em 1977, o aparelho de cortar cabeças foi pela última vez acionado. E, com o fim da pena de morte na França, que foi abolida nesse país em 1981, saiu de cena definitivamente a guilhotina.
Costuma-se dizer (ver acima os versos da canção "Positivismo", de Noel Rosa e Mário Reis) que o inventor da guilhotina de Paris tenha sido guilhotinado, o que é um equívoco. Para o qual, talvez, deve ter contribuído a morte na guilhotina de outra pessoa de sobrenome Guillotin, um médico de Lion. Joseph Ignace Guillotin até esteve por algum tempo com o pescoço sob risco (ao ser preso por causa de uma carta enviada por um condenado), mas veio a falecer de causas naturais.
Quanto a seus atuais descendentes, já peticionaram ao governo francês por uma mudança no nome que designa a guilhotina - mas sem sucesso. Então, resolveram mudaram o nome da família.

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