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17 julho, 2009

O Juramento de Hipócrates

Hipócrates (Cós, 460 - Tessália, 377 a.C.) foi um observador de raro talento que, fugindo das explicações sobrenaturais, deixou-nos acuradas descrições para enfermidades à época desconhecidas e, com isso, abriu caminho para uma medicina baseada em evidências. Além disso legou a nós, médicos, um juramento (texto original em grego, ao lado) que contém princípios éticos louváveis a serem seguidos em nosso relacionamento profissional com os pacientes.
Esse juramento, porém, tem visão corporativista e submete aos que atualmente o proferem a idéias antiquadas e inaceitáveis. É supérfluo em vários aspectos; lacunoso, em outros.
Ei-lo (com algumas emendas supressivas por mim colocadas):

"Eu juro, por Apolo, médico, por Esculápio, Higéia e Panacéia, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário
e de toda a sedução sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."

Leituras sugeridas
O juramento de Hipócrates, do Dr. Drauzio Varella
Juramento de Hipócrates - Caminhos da Medicina, do Dr. Celso, no site www.clinicaclim.com

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