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01 fevereiro, 2009

O galo falante de Nelson

Meu colega Nelson Cunha, oftalmologista em João Monlevade - MG, enviou-me alguns trabalhos literários de sua lavra. Fiquei encantado com a excelência de seus textos. De um deles, "O galo falante", reproduzo esta passagem:

"Quando chego a casa, ponho-me roupa de quintal e vou conversar com o galo. Ele larga o pastoreio e vem ao pé de mim relatar o dia.
Falamos de tudo: poesia, política e até filosofia. Semana passada, contou que o gambá foi ao galinheiro e comeu três ovos do ninho.
- E você deixou? Provoquei.
E ele em tom professoral:
1 - Reservo meu alvoroço somente para ocasiões limites quando ser prudente é ser suicida.
2 - Não há bicos valentes se a natureza deu ao gambá, dentes.
3 - Que me importam os ovos - uma vez botados serão para o prato ou para o pinto.
- E se o gambá avançar nas galinhas? Retruquei.
Dando-se asas, saiu-se assim:
- Não acontecerá! Enquanto o gambá tiver ovos terei galinhas.


Com Thaís e Mateus, netos de Nelson, o tal galo falante

2 comentários:

  1. Caro Paulo, agradeço o elogio embora reconheça nele a contaminação pelo afeto de colegas de profissão e interesses. A máfia de branco é realmente invencível!
    As crianças viram a foto e gostaram, assim como o galo que morando na Espanha ( benedicta internet ) manda um azaço.
    Nelson

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  2. Amigo Nelson:
    Não é máfia de branco, é Brancaleone. Pelo que o "inimigo" faz em nossos contracheques.
    E "asaço" foi ótimo.
    Um deles pr'ocê.
    Paulo

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