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03 janeiro, 2009

Rhuinas

Na década de 1980, existiu na Praia do Futuro um restaurante de nome Rhuinas.
Bastante espaçoso, o restaurante tinha uma parte ao ar livre que dava para a avenida Zezé Diogo e outra, nos fundos, que dispunha de cobertura. 
A decoração do restaurante incluía umas estruturas incompletas de alvenaria com o propósito de  dar a impressão de um imóvel em ruínas.
Não sei ao certo quem eram os proprietários. Penso terem sido um homem, procedente de algum país europeu, e sua mulher, uma brasileira loura e que aparentava uns trinta e cinco anos. Ela, por vezes, interrompia os afazeres com o Rhuinas para subir ao palco e cantar músicas francesas.
Um trio musical (na linha dos sambas-canções e boleros, e que lembrava o Trio Irakitan) tocava à noite no restaurante. E um de seus componentes era o Carlinhos Patriolino, um multiinstrumentista que ainda está na ativa em Fortaleza. Na época do Rhuinas, Patriolino, apesar de muito jovem,  já se destacava pelas baixarias que tirava do violão.
Uma particularidade dessa casa noturna eram as placas colocadas em suas paredes. Com nomes de praças, avenidas e ruas, que nunca existiram em nossa cidade. Homenagens que o Rhuinas prestava a seus principais frequentadores.
Eu fui um deles, acho, mas não puseram lá o meu nome num mísero beco.
Um dia, porém, o Rhuinas teve o destino que o nome previa.

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