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20 janeiro, 2008

Bororó

Nascido no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro, o violonista e compositor Bororó (1898 – 1986), cujo nome completo era Alberto de Castro Simões da Silva, não deixou uma obra musical vasta. Registra o Dicionário de Cravo Albin de Música Popular Brasileira apenas seis composições de Bororó. Duas delas, porém, são páginas musicais antológicas: “Da cor do pecado” e “Curare”, que já foram gravadas por muitos grandes cantores da MPB.
Bororó era também conhecido pelo mau humor. Como mostra esta passagem de sua vida, relatada por Chico Buarque numa entrevista (*) a Luiz Roberto de Oliveira, em 16/11/96.
Chico Buarque: Um dia eu encontrei o Bororó num escritório de direitos autorais, e eu não o conhecia. Falei: “Bororó, que coincidência, muito prazer, Chico Buarque, e tal! Você sabe que ontem (e era verdade), ontem à noite eu estive na casa do Tom, e ele ficou tocando músicas suas?” E, então, Bororó respondeu: “Ele toca, mas não grava.”
Tom Jobim anularia esta crítica, algum tempo depois. Ao entrar em estúdio para gravar com Miúcha a canção “Sublime tortura” de Bororó.

Abaixo, interpretações para duas composições de Bororó:
1) "Curare" com João Gilberto, em vídeo


2) "Da cor do pecado" com Fagner, em áudio
www.paixaoeromance.com

(*) a entrevista completa está disponível aqui.

Um comentário:

  1. Eis a resposta que Jorge Mello colocou em seu blog a uma mensagem que lhe enviei indicando a leitura desta postagem:
    OBRIGADO PAULO!
    SEU BLOG É MARAVILHOSO! LÍ A SUA NOTA SOBRE BORORÓ E ACHEI MUITO INTERESSANTE AQUELE TRECHO DA ENTREVISTA DO CHICO BUARQUE. REALMENTE, MAIS QUE MAU HUMOR O QUE BORORÓ TINHA ERA UM GRANDE RESSENTIMENTO POR ESTAR ESQUECIDO PELA "NOVA GERAÇÃO". ELE REAGIA DESSA FORMA.
    GRANDE ABRAÇO,
    JORGE MELLO.

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