Quando o jornalista Paulo Henrique Amorim, fazendo alusão a uma expressão (“última flor do Lácio”) que existe no início do soneto “Língua Portuguesa”, de Olavo Bilac, chamou a revista VEJA de “última flor do Fascio”, achei que estava dado o sinal para que alguém fizesse a paródia.
Aconteceu. Um leitor de Recife, Pedro Ney S. Pereira, fez e enviou a Paulo Amorim uma paródia do soneto.
"Última flor do Fascio, estulta e banguela,
Que a qualquer um se entrega por dinheiro,
Que se oferece lasciva ao estrangeiro,
De uma mídia ruim és a pior mazela.
VEJA pela verdade que nunca zela,
Seus leitores empulha o tempo inteiro,
Num estilo crapuloso, bem rasteiro,
Contra o que é certo está de sentinela.
Um tal "Mainanta", que é seu colunista,
Do Paulo Francis malfeita paródia
Não consegue esconder que é fascista
E outros defeitos, de uma enorme lista.
Que se interne, num hospício, em vil custódia
Para sempre longe de nossa vista.
PS - O soneto "Língua Portuguesa" está na caixa de comentários da postagem.
"Língua Portuguesa"
ResponderExcluirde Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
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