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03 março, 2007

Pegando pesado

Já publiquei no BPG um post intitulado “Quem é o animal?”, em que mostrava a foto de um burro atrelado a uma carroça. Com tanta carga se encontrava a carroça que o pobre animal ficava suspenso no ar. Era, portanto, um caso de maus tratos aplicados em um ser irracional, à consideração da Sociedade Protetora dos Animais, como na época eu registrei.
Partindo do princípio de que o leitor não quer exercitar o lado sádico e sim apenas rever a foto, para o tal recordativo eu oriento o leitor a clicar no arquivo de dezembro deste blog e, em seguida, a rolar a página até o dia 15 do mês.
Viu? Agora, a novidade. Parece que a minha crítica tocou o coração do proprietário do animal. A ponto de ele sustentar numa correspondência a mim endereçada que, mercê de algumas medidas simples que adotou, “as coisas já estão melhorando para o burro”. Diz-me o proprietário que “começou por retirar a carroça, pois esta, ao deslocar para si o centro de gravidade do conjunto, é que fazia com que o burro aeroplanasse”. E , para explicar o seu reajuste de conduta, ainda prossegue o proprietário: “Agora, eu ponho a carga diretamente sobre o animal e, deste modo, consigo fazer com que o burro retorne ao solo. E que até dê conta de carretos mais pesados.”


Após ver – com olhar analítico – uma foto desses novos tempos de conforto para o burro, que foi enviada juntamente à correspondência, o editor do BPG chegou a seu parecer:
O centro de gravidade realmente retornou ao animal. Mas o editor tem dúvida se o semovente consegue de fato se mover. A menos que o burro saiba, qual o mitológico Anteu, como obter umas forças extras a partir da Terra. Onde, ao que tudo indica, ele voltou a pôr os cascos.

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