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04 fevereiro, 2007

Caminhando e aprendendo – 6

TEMPO DOS ARATICUNS
Há cerca de um ano, quando transferi as minhas caminhadas para as trilhas do Parque do Cocó, nesta região de mangue passei a ver um fruto – em abundância – o qual eu ainda não conhecia. O araticum, como me esclareceu uma das monitoras do parque. Um fruto de cor amarela, da casca à polpa, quando em seu estágio maduro. E do tamanho aproximado ao de uma ata, o fruto com que o araticum mais se assemelha. Mas apenas internamente, pelo aspecto dos bagos (embora amarelos e mais consistentes) e das respectivas sementes que são também pretas.
O araticunzeiro é uma árvore de porte médio. Ainda jovem, quando alcança os 2 metros, já começa a ”botar frutos”. Em algumas regiões do país, o que chamam de araticum talvez corresponda à nossa ata (ou fruta-do-conde). Suponho, então, que eu esteja a descrever a espécie do araticum-bravo (Annona glabra), como a árvore que existe em abundância no Parque do Cocó. E que, nestes primeiros meses do ano, encontra-se a exibir a sua carga frutífera.
Passar sob estas árvores carregadas de frutos é uma experiência agradável aos sentidos do corpo. A começar pelo olfato, que momentaneamente se impregna do seu perfume selvagem. Quando um fruto se desprende do araticunzeiro, escuta-se um ruído característico. Produzido por sua queda no alagado onde fica a flutuar, assim como os outros que antes caíram. Mas não são apenas os frutos maduros que caem, os frutos verdes e ainda pequenos também o fazem. E espalham-se em grandes quantidades sob o araticunzeiro. Frutos esses que não se desenvolveram, caíram e não vão cumprir o seu destino.
Não me perguntem o porquê disso. A Natureza tem lá seus mistérios inexplicáveis.

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