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08 dezembro, 2006

Rui: o homem e o pito

Esta é secular. Mas estou passando adiante.
Rui Barbosa, ao chegar a casa, ouviu um barulho esquisito, vindo de seu quintal. Deparou um ladrão tentando levar seus patos. Surpreendeu-o: “Ó bucéfalo anácrono, não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes ovíparos, mas, sim, pelo ato vil e sorrateiro de profanares a minha habitação, levando meus palmípedes à socapa. Se o fazes por necessidade, transijo; mas, se é para zombares de minha alta prosopopéia de cidadão digno e probo, dar-te-ei com minha bengala fosfórica no alto de tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinqüagésima potência do que o vulgo denomina nada.” E o ladrão, confuso: “Senhor, eu levo ou deixo os patos?”

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